Na década de 1960, a Organização Mundial
da Saúde (OMS) aplicou, por via aérea, verdadeiras nuvens de DDT em extensas
áreas da Ilha de Bornéu, localizada no Oceano Pacifico. Com isso, a OMS visava
combater os pernilongos que transmitiam a malária, um grande problema de saúde
no local.
Inicialmente, os
resultados foram ótimos: como os transmissores foram combatidos, houve grande
redução dos casos de malária.
Algum tempo
depois, entretanto, dois grandes problemas começaram a surgir na Ilha de
Bornéu: houve surto de ratos, e as casas dos nativos, que eram construídas com
palha de coqueiro, começaram a cair.
Depois de muitas
investigações, constataram que esses problemas estavam relacionados com a
aplicação do DDT. Esse inseticida, além de matar os pernilongos, também afetava
outros insetos, como abelhas, besouros e baratas. Os que não chegavam a morrer
ficavam contaminados pelo DDT e com menor possibilidade de fugir de seus
predadores. Ao ingerirem suas presas, os lagartos ficavam contaminados, pois o
DDT tem a propriedade de se acumular nos tecidos e ao longo das cadeias
alimentares. Esses lagartos ficavam mais lentos, tornando-se presas fáceis dos
gatos, seus predadores. Ao ingerirem os lagartos contaminados, os gatos
acabavam morrendo. Com a morte dos gatos, a população de ratos começou a
aumentar, pois seus predadores haviam diminuído. Instalou-se assim a praga de
ratos na ilha, o que fez com que a OMS introduzisse gatos de outros locais para
o controle dos ratos.
Ao mesmo tempo,
com a redução do número de lagartos, começou a haver a proliferação de outro
inseto que era comido pelo lagarto: uma espécie de barata que se alimenta
principalmente de palha de coqueiro. As casas dos nativos, construídas com essa
palha, começaram a cair, pois as baratinhas proliferaram excessivamente sem o
seu predador. Para resolver esse problema, a OMS precisou levar para a Ilha de
Bornéu um tipo de lagarto que controlasse a população desses insetos.
O equilíbrio,
enfim, foi restabelecido.
Quem poderia
imaginar que uma ação para combater a malária pudesse provocar o surto de ratos
e a queda das casas.
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